Sinto-me estranhamente confusa. Por um lado quero sorrir, estar aparentemente Feliz, estar bem com a vida e com os outros, respirar e expirar Paz, Amor, e Alegria. Por outro lado, e paralelamente a esta capa que tento construir todos os dias, o meu interior parece desmoronar-se lentamente, caindo silenciosamente a barreira entre o que sinto e que devia sentir. Tudo se mistura, e neste turbilhão de sentimentos, as certezas voam, voam e voam, e eu acabo por perde-las de vista. Se há uns dias atrás tudo parecia sorrir-me, hoje, e apesar do brilhante Sol que esta manha me acordou, tudo parece tristonho, e com uma lagrimazinha inconsolável ao canto do olho. Pergunto porque me sinto assim, e depois de várias soluções que rapidamente se apresentam na minha cabeça, uma resposta única é capaz de me responder: não existem motivos concretos para que assim esteja. Aliás, talvez tudo isto que sinto, seja o acumular de diversas situações que se vão sucedendo. Mas, o que são essas meras situações comparadas aos verdadeiros problemas que, por vezes, à minha volta se desenrolam? Terei eu motivos para deixar de sorrir? Não, claro que não. Porque hoje o dia está a sorrir para mim, e eu, não tenho razões suficientemente fortes para não sorrir para ele. Por isso, deixo que os raios de sol penetrarem o meu coração, e rasgo um sorriso e solto uma gargalhada. Porque viver é bom, porque viver faz-me bem.
“Isto” está uma verdadeira confusão. E chamo “isto” àquilo a que muitos chamam vida. Mas estou mesmo confusa, sinto-me como uma parvinha a olhar as árvores que dançam ao sabor do vento, e a tentar perceber porque é que de facto isso acontece, como se isso fosse um fenómeno. Não sei nada, não percebo o mundo que me envolve, não percebo as atitudes dos outros, pior, não percebo as minhas próprias atitudes. Não sei se estou a agir por vontade própria, eu se estou simplesmente a ser levada pela corrente, porque não consigo remar contra a maré. E de facto, deixar-me ir é muito mais fácil que erguer os braços e lutar. Mas, e lutar para quê e contra quê? Pois, não sei…